Julia Tolezano, mais conhecida como Jout Jout, tem no seu canal do youtube, mais de 1,5 milhões de inscritos e, na última semana, o vídeo “A falta que a falta faz” se tornou viral na web devido a leitura de um livro nomeado A parte que falta, originalmente publicado em 1976, escrito e ilustrado por Shel Silverstein, onde uma ilustração de um ser circular está com um pedaço faltando e sai em busca de quem possa completá-lo.
É importante também ressaltar aqueles comentários que informam o desejo de possuir este livro, demonstrando a influência gerada em quem assistia.
Mas a grande questão abordada aqui é, esse vídeo foi pensado como merchan disfarçado ou como conteúdo regular?
Segundo a matéria que o G1 fez sobre a grande repercussão, a editora Cia. das Letrinhas informou que a Saraiva vendeu pouco mais que 1,4 mil de exemplares num prazo de três dias, além do livro também ter ficado no ranking dos mais vendidos na Amazon durante esse período.
O que nos leva a questionar sobre a intenção do vídeo é que recentemente Jout Jout lançou seu próprio livro “Tá todo mundo mal” e a editora responsável foi a Companhia das Letras que detém como editora infantil a Cia. das Letrinhas, responsável pelo lançamento dos livros infantis, sendo uma possibilidade a divulgação de tal. Ao final do vídeo Jout Jout diz: “Não sei nem se é proibido isso... É proibido, que nem mostrar uma música inteira? Companhia das Letrinhas, eu espero que, sei lá, a galera compre o livro. Não sei se eu tô infringindo leis aqui, mas…” o que deixa um pouco confuso, pois ela sabia que o vídeo poderia ser proibido e o postou em seu canal mesmo assim, porém a editora lançou em nota que não foram informados pela youtuber e diz terem sidos surpreendidos, mas que já foi solicitada uma reimpressão do título diante do aumento da procura. Jout Jout já fez outras leituras de livros ou comentários porém nunca completos, as vezes um poema ou um conto, como “Outros jeitos de usar a boca” e “Casa das estrelas” que também apresentaram crescimento de vendas na época, pós vídeo.
Normalmente os vídeos que são ou que contém algum tipo de merchan são separados em uma playlist específica no canal chamada “Merchans do Amor” e sempre no início dos vídeos tem um aviso indicando ser um merchan, e neste vídeo “A falta que a falta faz” não é mostrado e nem segregado como merchan da parte da youtuber.
Concluímos que, o vídeo foi divulgado como um conteúdo regular, e o seu conteúdo foi mobilizador e viral por tocar no campo simbólico das pessoas. A psicóloga Cecília Dassi analisou o livro em seu canal e concluiu que a falta é algo humano, se você sente fome você se alimenta, mas logo irá novamente sentir fome e, trazendo o exemplo para a vida, significa que é uma eterna necessidade de preencher vazios e faltas, foi onde o assunto tocou tanto as pessoas que viram o vídeo e fez com que mandassem para outras, que mandavam para outras….
Seria esse vídeo um exemplo de propaganda do futuro, em que deve ser, mas não parecer que é?
¹ https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/jout-jout-faz-o-livro-infantil-a-parte-que-falta-ficar-em-primeiro-entre-os-mais-vendidos-no-brasil.ghtml
² Aumento de vendas do livro. http://www.publishnews.com.br/materias/2017/03/31/outros-jeitos-de-vender-poesia
³ Cecília Dassi. A parte que falta. https://www.youtube.com/watch?v=qq0U7JYzcMc
² Aumento de vendas do livro. http://www.publishnews.com.br/materias/2017/03/31/outros-jeitos-de-vender-poesia
³ Cecília Dassi. A parte que falta. https://www.youtube.com/watch?v=qq0U7JYzcMc
Texto por: Karla Vilela Costa
Imagens por: Próprio Autor
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