Dia 17 de Novembro é comemorado o “Dia do Estudante Internacional”. Pensando nisso, o blog @ppifsuldeminas me convidou para falar um pouquinho de como é ser um estudante internacional. Sendo assim, decidi separar 5 dicas IN-CRÍ-VEIS que eu usei e me fizeram chegar ao meu destino: o Instituto Politécnico de Beja, em Portugal. 

Meu nome é Flávio Cunha e no texto abaixo você vai conferir 5 insights sobre como se tornar um aluno intercambista em 2021/2022. 

Fonte: Arquivo pessoal – Flávio Cunha. Beja, Portugal, 2021.

DICA 1 – PESQUISE E DECIDA SEUS PRÓXIMOS PASSOS 

Nem sempre o intercâmbio de estudos começa em uma agência convencional. Ele pode surgir de um acordo entre universidades ou instituições parceiras. No meu caso, eu consegui vir para Portugal através do Edital 162/2020 ofertado pelo próprio IFSULDEMINAS.

Contudo, não foi tão simples como parece. Dediquei toda minha trajetória acadêmica na instituição participando de eventos, projetos de extensão e voluntariado extracurriculares. Antes de conseguir embarcar na tão sonhada aventura internacional, tive que cumprir algumas burocracias no Brasil também, como o Passaporte, Visto, Seguro-Saúde Internacional, dentre muitas coisas que a própria instituição exigia. 

Fonte: EstudarFora.org, 2021 - https://www.estudarfora.org.br/como-tirar-passaporte/. 

Desde quando cheguei em Beja, me pego pensando: nem sempre o intercâmbio é sobre conhecer outros lugares e conectar-se a uma cultura diferente. Além da questão cultural, o estudante deve se informar bem sobre a instituição de ensino que irá recebê-lo, protocolos... enfim. Logo, deve-se pesquisar: “qual universidade oferece um curso que agregue à sua área”, “o que pode ser feito além dos seus estudos” e, o mais importante [pra mim] é se você “consegue acompanhar as matérias escolhidas sem nenhuma dificuldade”. Há outra questão que nem sempre as pessoas pensam: o pontapé inicial do intercâmbio pode partir de onde se estuda. Foi pensando nesta última pergunta que decidi pesquisar como funcionavam os programas de mobilidade acadêmica dentro do meu instituto e como geralmente eles selecionavam os alunos para terem essa experiência no exterior.

Portugal não foi minha única tentativa. No final de 2019, tentei um intercâmbio – sem sucesso – para uma universidade do Peru, dentro da própria América Latina mesmo. Daí, percebi que precisava me esforçar mais e ter um pouco mais de paciência afinal, estava ainda no meu primeiro ano de curso. No final, deu tudo certo e estou cursando algumas matérias da Licenciatura de Audiovisual e Multimédia em uma instituição portuguesa conceituada.

Fonte: Arquivo pessoal – Flávio Cunha. Beja, Portugal, 2021.

Retomando ao título, o que você deve fazer, portanto, é atentar-se para o tipo de intercâmbio, curso e matérias que deseja realizar e, acima de tudo, começar a se preparar, não só financeiramente, mas de maneira comunicacional (que é o assunto do próximo tópico). 

DICA 2: PENSE SOBRE A LÍNGUA FALADA DURANTE O INTERCÂMBIO

Apesar de terem pessoas que fazem intercâmbio com o intuito de melhorar a comunicação em outro idioma, se você pretende fazer um curso mais “sério” como uma graduação sanduíche, ou até mesmo uma pós-graduação, um mestrado ou doutorado, você com certeza deve se atentar ao fator linguístico. Afinal, você ainda precisará entender o que seus professores falam para que seja possível cursar as disciplinas, fazer provas, trabalhos e se comunicar com outras pessoas. Para lugares que têm o inglês como língua-mãe como o Canadá, EUA e Inglaterra, é comum as instituições pedirem um certo nível de conhecimento do aluno intercambista ou até mesmo um exame de proficiência (teste que avalia o quanto você sabe/entende uma língua), como o TOEIC ou o TOEFL. 

Eu já tinha alguns cursos básicos de idioma no meu currículo, mas sempre fui meio inseguro em conversar [de verdade] com alguém em outra língua. Esse era meu maior medo quanto à minha candidatura em 2019 para o Peru, que apesar de ser um país que tem o Espanhol como língua oficial (que é considerado por muitos, um “idioma fácil pela semelhança”), ainda sim é outro idioma, sofre regionalismos e NÃO TEM LEGENDAS para facilitar sua vida. 

Fonte: Vida Rural, 2015 - https://www.vidarural.pt/producao/a-sua-estrategia-de-comunicacao-e-eficaz/. 

Em Portugal, o mesmo acontece: é uma outra cultura e são diversas nuances de um português que se movimenta pela boca de um outro povo. Em quase 3 meses por aqui, eu ainda acabo tropeçando e aprendendo “bué” coisas novas a cada dia que passa. 

DICA 3 - CÂMBIO, CASH, DINHEIRO, MOEDA

O dinheiro é ainda um fator que pesa bastante para os alunos fazerem um intercâmbio. Portanto, é inaceitável eu não falar sobre os custos da viagem, né? (e muito além disso, claro). Por isso é bom retornarmos ao primeiro tópico: a pesquisa. Pesquisando bastante, você consegue economizar daqui e dali. No meu caso de estudante internacional, para tirar o visto específico residindo no Brasil, Portugal exigiu alguns comprovativos de renda e subsistência que foram fornecidos pelo IFSULDEMINAS, afinal, eu tive uma ajuda de custo. É importante frisar que essa ajuda de custo não cobre todos os meus custos no exterior, nem cobriram custos com visto ou passaporte. Além disso, ao final do meu programa, preciso validar esse tempo por aqui com uma pesquisa científica. Agora se você deseja tentar a sorte e depois arrumar algum trabalho por aqui, esteja ciente que é uma tarefa burocrática e bem-fiscalizada pelo SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras). Se você já está acostumado com trabalho freelancer, é tranquilo. Porém, ainda deve obedecer às burocracias de comprovar renda e de subsídios no consulado.

Sobre os custos: preocupe-se também em reservar uma grana para malas, roupas de estação, viagens para retirada do passaporte e do visto, estadia e deslocamento antes do embarque. O passaporte, neste exato momento, ainda tem uma taxa única de quase R$260,00 para ser emitido em qualquer posto autorizado pela Polícia Federal. Já o visto europeu (que foi o meu caso), é solicitado por um escritório terceirizado chamado “VFS Global” e gira em torno dos R$700,00 + taxas de envio e rastreamento. Ah, aproveite também a espera desses dois documentos e já vai reservando sua passagem aérea com muita antecedência, viu? Por serem afetadas diretamente pelo dólar – que ultimamente vem oscilando muito –, é bom se precaver e pagar mais barato antes de embarcar. É bom também optar por buscadores de preços e promoções na hora de comprar seu bilhete. Eu indico a Decolar, pois foi onde eu consegui os melhores descontos e promoções, mas me atentei bastante nas condições ofertadas antes da compra. PRESTE ATENÇÃO NAS LETRAS MIÚDAS!

Fonte: Remessa Online, 2020 - https://www.remessaonline.com.br/blog/moedas-de-euro/.

Por fim, pense que todo o dinheiro que você conseguiu juntar para seu sonho, será convertido para que você possa conseguir usá-lo durante toda a viagem. Então, se liga nas oscilações de câmbio brasileiras e tome cuidado ao converter para a moeda desejada. Tenha conhecimento também que alguns países têm acordo entre si e não é qualquer quantia que se pode levar consigo na viagem sem ser taxado. Pesquise muito bem a casa de câmbio e confira as taxas flutuantes daquele dia. Ou, se ainda quiser tentar a sorte com cartões e taxas, ative seu cartão para uso internacional e boa sorte com uma nova conta no país-destino e “Wise” – que tem boas taxas de conversão - sempre que for transferir.

DICA 4 – NÃO DEIXE O CLIMA TE PERSEGUIR

Lembra quando eu mencionei que você deveria investir em algumas roupas da estação? Pois é. Nas regiões que morei no Brasil nunca precisei me preocupar com roupas ou agasalhos para frios intensos. Agora, me preocupo com os 6º graus que fazem frequentemente durante o final do outono aqui em Beja às 9h da manhã. Mas, nem tudo está perdido. Você não precisa gastar com bagagem extra ou ‘embatumar’ a sua mala com roupas de frio grandes e pesadas. Até porque, as malhas, roupas térmicas e agasalhos (no geral), vendidos em regiões como São Paulo e Minas, não aguentam muito o frio daqui não, viu? Por isso é ideal pesquisar em qual época do ano você viajará, pesquisar armazéns, brechós (que são bem comuns em Portugal) e roupas típicas da região que você ficará pelos próximos meses, para que o clima não se torne o vilão na sua jornada de estudante Internacional.

DICA 5 – DEPOIS DE MUITO PLANEJAMENTO, É HORA DE SE AVENTURAR COMO UM ESTUDANTE INTERNACIONAL

Se você já pesquisou, se planejou, escolheu a faculdade, separou uma grana, venceu os processos burocráticos e já se agasalhou... PRONTO! Agora é aproveitar o momento de recepção calorosa da sua instituição e conhecer os pontos turísticos do país que você escolheu. E ainda vale a pena reservar um dinheirinho para as comidinhas típicas, hein?

Fonte: Arquivo pessoal – Flávio Cunha. Núcleo Arqueológico de Beja e Castelo de Beja; Portugal, 2021.

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Fonte: Arquivo pessoal – Flávio Cunha. Lisboa, Portugal, 2021.

Vou me despedindo por aqui. Beijinhos e até a próxima, queridos leitores.