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Dia Nacional do Teatro

setembro 20, 2021PP Blog

 




19 de Setembro: O Dia Nacional do Teatro – Uma Reflexão Sobre o Seu Papel na Sociedade.

No dia 19 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Teatro, uma data criada para celebrar uma das artes mais antigas, e que tem enorme importância na história do Brasil. O teatro existe há séculos, desde a sua prática para fins religiosos, até se tornar o que conhecemos como o “teatro grego” da Grécia Antiga.

Em âmbito nacional, o teatro foi trazido por meio das missões jesuíticas e foi se adaptando conforme os movimentos históricos até ganhar uma identidade verdadeiramente brasileira na metade do século XIX, assim surgindo os primeiros teatros nacionais e as diversas manifestações da dramaturgia. Conforme a modernização dos tempos, esta arte deixou de ser realizada nos grandes espaços abertos, como na Grécia Antiga, e migrou para os locais fechados, tendo assim uma mudança de público que se tornava elitista, uma vez que demandava um valor maior no ingresso devido à estrutura do teatro, excluindo a parcela mais pobre da população. Esta característica elitista perdura até hoje, principalmente no Brasil, onde o teatro não é valorizado, tendo pouco incentivo dos órgãos públicos, tornando um entretenimento cultural de difícil acesso para todos. 

Diferente do que você possa imaginar, o teatro tem uma grande importância na vida de todas as pessoas, pois, está presente em várias formas do entretenimento, como no cinema e nas novelas, que têm diferentes formas de atuação manifestadas através do trabalho dos atores e das atrizes. Já pensou em como o mundo seria sem os filmes e séries, por exemplo? Já imaginou como seria a vida sem aquela ida ao cinema que nos renova quando saímos de um filme inspirador? Sem aquele momento que reúne a família brasileira às 21h pra descobrir se a Carminha matou o Max na Avenida Brasil? Ou até mesmo sem as dezenas de horas que passamos assistindo seriados na Netflix? Pois é, tudo isso faz parte de um trabalho que surgiu no teatro, que através de transformações, originou diversas linguagens teatrais.

O teatro tradicional dos palcos no Brasil, infelizmente é a maneira menos consumida em meio a tantas manifestações artísticas que ganharam notoriedade na indústria do entretenimento nacional. Há quem diga inclusive, que o teatro está encaminhando para se tornar uma arte morta, assim como o rádio (que deixou de ser consumido com a modernização dos serviços de streaming e a acessibilidade da música com a internet). Assim, se justifica a importância do 19 de setembro como maneira de refletirmos sobre a valorização do teatro nacional. Esta discussão é urgente, principalmente nos dias de hoje, quando estamos sob um governo que apaga qualquer incentivo público à cultura e desvaloriza toda manifestação artística no Brasil. Um país sem cultura, é um país sem pensamento crítico e sem pensamento crítico, formamos um povo sem perspectiva de futuro. Um país sem futuro, tem uma população sem sonhos e sem os sonhos, qual o sentido de viver?

Por isso, precisamos valorizar a importância do teatro (e de outras artes) que mantém os sonhos das pessoas vivos. A arte tem o poder de dar esperança e pode tirar os jovens da rua, que por muitas vezes se envolvem com drogas, os levando para um lugar seguro como o teatro, onde podem encontrar um refúgio contra a marginalização da rua, pois o ato de ocupar a mente com arte é uma das principais ferramentas contra a criminalidade e a violência. 

Movimentos como este poderiam ser parte de projetos sociais aliados à arte, mas isto só será possível se tivermos um governo que incentiva a cultura e o teatro no Brasil de maneira acessível para todas as camadas da população, não atingindo apenas a elite, mas também as periferias que são os locais que mais carecem deste acesso. Uma boa alternativa seria a criação de projetos como escolas de artes pelas prefeituras e governos do estado para promover um espaço onde toda população local pudesse aprender teatro, música, dança e outras artes, desta forma incluindo a cultura no cotidiano de pessoas que estariam em situações marginalizadas, além do investimento financeiro em projetos de artistas que estão lutando há muito tempo para conseguir viver de teatro no Brasil. Com este fomento o teatro passa a ser cada vez mais valorizado, movimentando até as engrenagens da economia, uma vez que a demanda por este entretenimento aumenta com o seu consumo. Assim, construímos um povo com esperança e perspectivas. Todos deveriam ter o acesso à cultura, a oportunidade de fazer arte e o direito de sonhar.



- Bruno de Oliveira, estudante de Letras na USP, ator de Teatro Musical e professor de Inglês. 


O teatro, a educação e o desejo de mudança.

Certa vez, um adolescente em uma cidade do interior, com seus 13 anos e viciado em séries “teens” estava em sua escola. Um dia fatídico, chato, se perguntando porque estava ali e porque se sentia tão diferente de todos os seus colegas até surgir uma intervenção externa.

Chegou então uma mulher, estatura baixa, loira e com um par de óculos divulgando uma escola de artes da prefeitura, no qual, ofereceria diversos cursos gratuitamente, como danças, desenhos e também teatro. 

Esse adolescente mencionado ali em cima teve interesse primeiramente em desenho, mas chegando em casa e assistindo uma de suas séries favoritas chamada Glee, acabou se perguntando, “por que não tentar fazer teatro?” Por se sentir tão deslocado e excluído, pensou em encontrar o seu clube de coral, parecido com os dos protagonistas da série e lá foi ele, sozinho, se aventurar nessa nova descoberta de sua vida e também de uma nova paixão. 

Dos 13 aos 17 anos, esse adolescente fez aula de teatro nessa escola da prefeitura. Nela, descobriu sua sexualidade, descobriu seus melhores amigos e também descobriu como a arte pode salvar alguém que se sente perdido. 

Durante esse período teve um ótimo professor e uma de suas maiores lições foi aprender a observar e aprender novamente a ver as coisas. Como sentar em um dia aleatório em uma praça e apenas observar as pessoas; encontrar arte e teatro em vários lugares; observar o mundo e se entender nele. 

E com o passar do tempo, o protagonista da história, observando cada vez mais o mundo ao seu redor, descobriu um desejo e uma vontade dentro de si, de poder algum dia mostrar arte às pessoas e de como isso pode mudar a vida de alguém. 

Chegou à idade de vestibular e nada mais coerente que o curso de teatro (especificando em licenciatura) para ser professor e poder um dia, quem sabe, mostrar como a arte pode modificar a vida de alguém. 

Na faculdade de Teatro, esse menino, que agora já era um quase adulto, conheceu novas pessoas com ideias parecidas, participou de novos projetos e se descobriu cada vez mais, percebeu a arte-educação através do teatro e como isso é bonito.

Participou de projetos dos quais através do teatro, mostrava o lúdico para crianças talvez um pouco perdidas. Recebeu uma vez uma cartinha de uma criança, após apresentar um espetáculo na escola onde a criança estudava, escrito a seguinte frase: “Hoje foi o melhor dia da minha vida, quando eu crescer, quero poder fazer teatro igual você e ser feliz todo dia” e após a citação dessa cartinha, esse protagonista, está escrevendo o texto em lágrimas, lembrando desse momento e de sua vontade de fazer a diferença.

Esse protagonista sou eu, meu nome é Pedro Castro, tenho 22 anos e estou prestes a me formar em licenciatura em Teatro, sou uma pessoa que se encontrou na arte e torço todos os dias para conseguir mostrar a arte e esse encontro para mais pessoas. 


Pedro Henrique José de Castro, estudante de Teatro Licenciatura da UFSJ.



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